
Esta tarde, em audição parlamentar na Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, presidida pelo deputado Pedro Soares, do Bloco de Esquerda, equipa de investigadores chefiada por Paulo Martins da Costa referiu que “o país enfrenta um desafio muito grande relativamente a emergência de micro organismos multirresistentes, uma vez que se esgotou a capacidade de elaborar novos antibióticos para combate-los”. Segundo frisou o investigador, “o nível de contaminação achada no rio era ainda maior que a achada nos hospitais, trata-se de uma bactéria promiscua porque transmite informação genética suplementar às bactérias”, não sendo por isso de “excluir a existência destas bactérias noutros caudais no país”, indicou Paulo Martins da Costa.
O estudo refere que “as ETAR`s são incapazes de eliminar todas as bactérias da água, o que agrava os riscos deste fenómeno, de forma direta e indireta”, adiantou.
Para o deputado Pedro Soares, “a legislação existente ao nível do tratamento dos efluentes não está adaptada aos novos riscos dos efluentes nomeadamente ao nível das bactérias multirresistentes, também ao nível técnico do controlo desses efluentes terá de ser feito pelas entidades responsáveis por esse tipo de tratamento, nomeadamente os municípios, as empresas de tratamento de águas residuais”.
Assim, o Bloco de Esquerda propõe um encontro com caracter de urgência entre a Administração Regional de Saúde, a Agência Portuguesa do Ambiente e os municípios e as empresas de tratamento de efluentes correspondentes à Bacia Hidrográfica do Rio Ave, nomeadamente a Vimágua, em Guimarães. “O objetivo deste encontro visa a procurar de formas de controlo deste fenómeno porque as populações necessitam de ser tranquilizadas, não podendo deixar este problema de lado e procurando debate-lo de todas as formas inclusive no sentido de serem tomadas medidas que controlem esta situação”, adiantou Pedro Soares no final da audição.
O investigador Paulo Martins da Costa indicou a existência de uma Estação de tratamento de Águas Residuais a montante da captação de água da Vimágua, que descarrega efluentes domésticos para o Rio Ave. “Não significa que este fenómeno tenha origem nesses efluentes, mas agravam o problema sendo por isso uma situação incompreensível que precisa de ser estudada para que se encontre uma solução” adiantou ainda o deputado do Bloco.
A audição parlamentar resulta de um requerimento apresentado pelo GP do Bloco de Esquerda, aprovado por unanimidade, em reunião desta Comissão no passado dia 20 de abril.
Desse modo, a audição da equipa de investigação será de toda a utilidade e importância para a saúde pública.