
Os vimaranenses foram surpreendidos, quando chegaram aos quiosques no final da semana passada. Em vez dos quatro semanários habituais, nos escaparates encontraram apenas dois. Notícias de Guimarães e Expresso do Ave viram-se obrigados a suspender a sua publicação devido a problemas económicos. No ano em que as atenções mediáticas estão voltadas para a Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, a crise da imprensa atacou em força na cidade.
Apesar da coincidência na data, o fim da publicação destes jornais acontece em circunstâncias diferentes. O Expresso do Ave já tinha anunciado, na semana passada, a suspensão da edição, enquanto o fim do Notícias de Guimarães aconteceu sem aviso prévio aos leitores.
A contas com dificuldades financeiras e dívidas a várias entidades, no início da semana passada, a direcção do Notícias de Guimarães comunicou aos trabalhadores que o jornal, que custava 70 cêntimos, já não sairia para as bancas na sexta-feira. Apesar dos contactos feitos durante o dia de ontem, não foi possível chegar à fala com nenhum dos elementos da administração da empresa liderada por Maria do Carmo Dias de Castro, que é também directora da publicação.
Porém, na redacção ninguém esconde o que se está a passar. "O jornal não saiu esta semana, porque vai fechar", informa uma das secretárias pelo telefone. Chega assim ao fim de um dos históricos periódicos vimaranenses, que há dois anos era líder de audiência no concelho e o segundo semanário regional mais lido no distrito de Braga, mantendo uma tiragem semanal de 5000 exemplares. O Notícias de Guimarães foi fundado há 80 anos por Antonino Dias Pinto de Castro, que o dirigiu quase até à sua morte, em 2008.
O Expresso do Ave, que saía à quarta e custava 80 cêntimos, era mais recente e tinha menos expressão na cidade, com tiragens de 3000 exemplares. Mas foi também por dificuldades financeiras que chegou ao fim, com dívidas a fornecedores e aos jornalistas, que há dois meses não recebiam o salário.