Internamento de doentes em macas nos corredores, no Hospital de Guimarães

O Hospital de Guimarães, que integra o Centro Hospitalar do Alto Ave conjuntamente com a Unidade Hospitalar de Fafe, é dotado de urgência geral de nível médico-cirúrgica, dando resposta a uma população que ascende às 250 mil pessoas residentes nos concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Fafe, Guimarães e Vizela.

Nos últimos dias, várias pessoas admitidas a internamento no Hospital de Guimarães têm ficado em macas nos corredores, por falta de camas nas enfermarias, designadamente nos serviços de pneumologia, cirurgia e medicina interna. Esta situação colide com o tratamento digno a que os doentes têm direito: não é aceitável que doentes internados numa unidade hospitalar sejam observados, lavados e vestidos nos corredores, sem a privacidade devida; não é concebível que doentes internados numa unidade hospitalar tenham que comer com prato na mão. Acresce ainda que esta situação de internamento nos corredores contribui para uma maior exposição dos doentes a quadros infeciosos.

Perante o exposto, o Bloco de Esquerda considera necessário que sejam aferidos os motivos que subjazem a esta situação bem como as medidas implementadas para lhes fazer face. Não é inédito o aumento de afluência hospitalar aquando do agudizar dos dias frios, pelo que é de esperar que as unidades hospitalares acautelem estas situações, assegurando condições de dignidade para todas as pessoas que necessitam de internamento.

O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questiona:

1. Por que motivo(s) há doentes a serem admitidos em internamento no Hospital de Guimarães que ficam em macas nos corredores?

2. Nos anos de 2012, 2013 e 2014, houve encerramento de camas no Hospital de Guimarães? Em caso de resposta afirmativa, quantas camas foram encerradas? Em que serviços?

3. O Hospital de Guimarães tem algum plano de contingência para fazer face ao previsível aumento de afluência e consequente aumento de internamentos por causa do frio?

4. Ao longo do ano de 2013 e 2014, quantas pessoas tiveram alta no Hospital de Guimarães tendo permanecido internadas, aguardando vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI)? (dados disponibilizados por mês)

Em anexo a pergunta endereçada ao Governo.